A Federação Portuguesa de Columbofilia (FPC) foi uma das entidades que no passado sábado, 30 de abril, esteve envolvida na caminhada contra os maus tratos infantis. A iniciativa da Comissão Regional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (CRSMCA) da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) contou com a presença de mais de 150 participantes e foi o culminar da campanha “Laço Azul”, que decorreu durante todo o mês.
No último dia de abril a sede da ARSC em Coimbra, situada na Alameda Júlio Henriques, foi o ponto de partida para uma ação simbólica contra os maus tratos a crianças, jovens e adolescentes. A caminhada de 2,9 quilómetros pela cidade terminou no Parque Verde do Mondego, mas antes, junto ao Largo da Portagem, houve uma largada de cerca de 100 pombos, que esteve a cargo da FPC e do Grupo Columbófilo de Coimbra (GCC), através dos columbófilos Álvaro Marques e João Soares.
O mote do evento “maus tratos a crianças e jovens: Silêncio?Não!”, foi distribuído juntamente com um alfinete e um laço azul escuro, o símbolo da campanha, aos presentes, numa iniciativa que encerrou um mês dedicado à prevenção contra os maus tratos na infância. No final o balanço é “muito positivo, porque cada vez se fala mais deste problema”, assegurou o representante da CRSMCA, José Órfão. A comissão é uma unidade coordenadora funcional inter – hospitalar da ARSC e trabalha com Núcleos de Apoio a Crianças e Jovens em Risco. Estas unidades, habitualmente, são as primeiras a contactar com uma situação de maus tratos. A nível da região de Coimbra existem 87 Núcleos, “são eles que fazem a deteção. São fundamentais”, salientou José Órfão. A largada de pombos foi outro momento da caminhada, o responsável justificou a escolha pois “a pomba para nós significa um momento de paz. Nós queremos, no fim de contas, que as crianças não sejam sujeitas a maus tratos e que tenham essa mesma paz”.
No final também o columbófilo João Soares estava satisfeito. Ligado à Columbofilia e ao GCC há vários anos, viu na largada de sábado uma oportunidade para “divulgar um pouco o que é a Columbofilia junto da juventude de Coimbra”. Quando o convite para participar surgiu, tanto João Soares como o GCC, ficaram “muito agradados porque as pessoas são solidárias com esta atividade”.
No mundo da criação de pombos – correio existem alguns obstáculos, como constatou João Soares – “há sempre pouco tempo, pouca disposição, a malta jovem não adere”. Para além destas contrariedades há mais problemas que, no seu entender, afetam a Columbofilia em Portugal, “é um desporto que já fica caro, nas cidades não se pode ter pombais, há ainda burocracias que por vezes não ajudam ao progresso deste desporto”, lamentou. Contudo deixou uma certeza “nós estamos sempre solidários para ajudar”.
A caminhada decorreu no mesmo dia em quatro cidades da região Centro – Aveiro, Coimbra, Leiria e Viseu. O desejo da organização passa por repetir a campanha “Laço Azul” já em 2017.