AILAC: Uma associação que pretende desenvolver a columbofilia nos dois lados do Atlântico

A Federação Portuguesa de Columbofilia (FPC) e Portugal voltam a estar representados numa prova organizada pela Associação Ibero-Latino-americana de Columbofilia (AILAC). A prova, que decorre na Colômbia, marca o regresso dos “atletas” nacionais à competição de derbies na América do Sul.

Constituída em 1991, por iniciativa da FPC e da Real Federación Colombófila Española (RFCE), federações que tinham como presidentes, Gaspar Vila Nova e Carlos Marquez Prats, a AILAC teve como primeiro responsável, ainda numa fase embrionária, o espanhol José Maria Corona. O primeiro presidente oficial da AILAC foi mesmo Gaspar Vila Nova, que foi eleito para o cargo em 1992, após a realização, em Aveiro, da 1ª Exposição Ibero Latino-americana. No evento que decorreu na cidade do rio Vouga participaram, para além dos dois países da Península Ibérica, a Argentina, o Brasil, o México, o Perú e a Roménia – país que está geograficamente localizado no leste europeu mas que tem “raízes” muito latinas. A título de curiosidade o nome do país advém do termo latino “romanus”, que significa “cidadão de Roma”. Durante a Exposição foi organizado o 1º Congresso Latino Ibero-americano que acabou por eleger a primeira direção do organismo.

A criação da AILAC surge com diversos objetivos, entre os quais se destacam: o desenvolvimento da columbofilia nos países da América Central e do Sul, o apoio à criação de federações nacionais estruturadas nessas duas zonas, a filiação das novas federações na Federação Columbófila Internacional (FCI) ou a cooperação mútua entre as diversas federações no sentido de desenvolver a columbofilia ibérica e a columbofilia latino-americana.

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Devido ao trabalho desenvolvido pela FPC e pela RFCE, as novas federações passaram a ser elementos efetivos da FCI tendo, em conjunto, conseguido quebrar a hegemonia dos países da Europa Central, nomeadamente Alemanha e Bélgica, ao nível da presidência do Comité Diretor da entidade. Em 1993, já depois de ter uma primeira presidência dividida com o belga Georges de Paduwa, Carlos Marquez Prats é eleito como presidente da FCI. Carlos Prats, entre outros contributos, foi um impulsionador da competição de derbies, tendo sido um dos responsáveis pela organização do 1º Campeonato do Mundo, em 1993, numa prova que teve a solta final a partir de Tan-Tan, na província de Agadir, Marrocos, e chegada a Las Palmas, nas Ilhas Canárias, Região Autónoma de Espanha.

Recordamos que, em janeiro de 1997, Gaspar Vila Nova foi eleito para suceder a Carlos Prats, na presidência da FCI, contudo, a vida traiu o dirigente português, que só esteve no cargo três meses, ainda assim foi o primeiro português a ocupar o mais importante cargo do organismo. Entre maio de 1997, mês do falecimento de Gaspar Vila Nova, e 2005, Carlos Prats manteve-se como presidente da FCI. Durante este período, Portugal e a FPC estiveram representados na direção por Joaquim Rodrigues Branco, que foi membro do Comité Diretor e vice-presidente da FCI.

Durante este período os países da AILAC foram tendo cada vez mais importância na FCI, e nas respetivas votações do organismo. Em 2005, no final das 29ªas Olimpíadas de Columbofilia, que decorreram na cidade do Porto, José Tereso, foi eleito presidente da FCI. O último mandato terminou em janeiro de 2017, altura em que, na 35ª edição das Olimpíadas, que decorreram no final do passado mês de janeiro, em Bruxelas, na Bélgica, o húngaro, István Bardos, foi eleito para suceder a José Tereso no cargo.

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Na última década Portugal não tem participado nas provas da AILAC, muito por culpa das questões burocráticas e sanitárias relacionadas com o envio dos “atletas” para outros continentes. Um dos objetivos da atual direção da FPC e da direção da AILAC passa por voltar a fomentar a política de cooperação e ajuda ao desenvolvimento da columbofilia entre os países membros deste organismo. O aprofundamento das relações com os países membros da AILAC, especialmente os sul-americanos, gerou uma vontade generalizada de incrementar laços de cooperação, solidariedade e de intercâmbio ainda mais fortes, quer no plano desportivo, quer na definição de posições comuns para as grandes questões da columbofilia internacional.

Em 2017, todos os esforços foram congregados no sentido de levar pombos-correio portugueses até aos ares colombianos. Em representação de Portugal e da FPC estão 26 pombos-correio, que vão disputar a prova final, marcada para o próximo dia 19 de agosto. A solta será realizada entre as localidades de Bosconia e Bogotá, na distância de 565 kms.

Atualmente o presidente da AILAC é o argentino Federico Arias. Os vice-presidentes são o português, José Luís Jacinto, e o mexicano, Pedro Sanchez Mejorada. Os “atletas” lusos já se encontram na Colômbia e estão a habituar-se aos ares “cafeteros”- alcunha pela qual é conhecida a seleção de futebol da Colômbia, devido ao café, um dos principais produtos cultivados e exportados pelo país. Na fotografia está o elemento da organização, Gabriel Ferro Cortés, com as caixas de transporte dos “atletas” portuguesas.

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Continue atento ao blog – press.fpcolumbofilia.pt e ao site da FPC – http://www.fpcolumbofilia.pt/, porque vamos trazer-lhe mais novidades sobre a participação dos pombos-correio portugueses na prova da AILAC, que vai decorrer na Colômbia.

 

 

 

 

 

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