A primeira prova dos CNFundo contou a presença de cerca de 50.000 pombos-correio. O início desta “maratona” decorreu, pelo terceiro ano consecutivo, em território espanhol, Albuixech, em Valência.
A Associação Columbófila do Distrito de Leiria (ACD Leiria) encestou 1.805 “atletas” e, entre eles, a fêmea número 3334170/13 alcançou, provisoriamente, o primeiro lugar a nível distrital. Propriedade da equipa Martinho & Vasco, que compete nas provas da Sociedade Columbófila Marinhense, coletividade do município da Marinha Grande, chegou às 14:55:30, ao seu pombal, tendo percorrido um total de 741.494kms, o que se traduz numa média de 1 466,853 m/m.
A equipa é composta pelos columbófilos Martinho Gracio e Vasco Rita. Conversámos com Martinho Gracio sobre a classificação obtida.
FPC – Quantos pombos- correio enviou para a prova de Valência?
Martinho Gracio (MG) – Enviei 15 fêmeas para esta prova.
Quais eram as suas expectativas para a prova?
Martinho Gracio (MG) – As expetativas passam sempre por marcar bem e ganhar. Não se pode ganhar sempre, mas pretendíamos ter bons resultados.
Qual é a sensação de ter um pombo que é o primeiro classificado, ainda que provisoriamente, do distrito de Leiria?
MG- A sensação é boa. Já não é a primeira vez que temos o primeiro-pombo correio do distrito, mas na especialidade de fundo, numa prova nacional, tem outro sabor. O sabor da vitória.
Relativamente a esta fêmea de 2013. Como preparou o/a “atleta” para a prova?
MG- Esta fêmea teve a mesma preparação que os outros tiveram, não houve nada de diferente elaborado para ela. Nós começámos a campanha com 83 fêmeas mas, quando enviámos para Valência, já tínhamos 71. Quando preparamos uma prova de velocidade ou meio-fundo, eles estão todos juntos, dentro do pombal. Na semana de provas de fundo, é igual. Voam 2 vezes, diariamente, sempre a aumentar o tempo de treino, de forma gradual, até ao dia do encestamento. Às vezes no dia do encestamento eles não voam. Há pessoas que andam à procura daquilo que não há, que são “milagres” nos pombos-correio. O segredo deles, na minha opinião, é estarem bem de saúde, sobretudo a nível das vias respiratórias. Outro aspeto muito importante é a alimentação.
Esta “atleta” já tinha obtido classificações de relevo na presente campanha ou em anteriores? Quais?
MG- Sim. Ela só participou em três provas de fundo tendo, numa delas, a nível da coletividade, alcançado um 3º lugar. Tem estado a marcar bem.
O 1º lugar na prova de Valência teve o mesmo sabor de um 1º noutra prova de fundo ou considera-o mais relevante? Porquê?
MG- Ser 1º classificado a nível distrital é diferente de ter um 1º lugar na coletividade. Falamos de uma prova nacional com outro tipo de dificuldades, mas não deixa de ser um primeiro lugar. Penso que estamos a criar dificuldades a nós próprios com a realização deste tipo de provas. Não se justifica uma prova a nível nacional como estas.
E quanto à 2ª solta de Valência, quantos pombos vai enviar e quais são as expectativas?
MG- Vamos encestar novamente 15 pombos-correio. Temos sempre as melhores expetativas. Quando a nossa equipa escolhe e encesta os “atletas” é sempre para ganhar, mesmo sabendo que isso não é possível acontecer sempre. Esperamos o melhor.
As soltas dos Campeonatos Nacionais de Fundo decorrem, pelo terceiro seguido, em Albuixech, Valência. Que opinião tem sobre esta prova? É um projeto que deve continuar?
MG- Eu estou contra as soltas dos Campeonatos Nacionais de Fundo. Já é o terceiro ano que elas decorrem da mesma forma, no mesmo local e, na minha opinião, a nível da columbofilia não traz nada de novo, para além das percas elevadas de pombos-correio, como foi o meu caso, que perdi boas “atletas” de fundo. Isto só nos traz dissabores. Um dos maiores problemas é o facto de existir uma grande desigualdade entre os participantes, porque há quem tenha pombos-correio que fazem pouco mais de 600 kms e outros que passam os 750 kms de distância em relação ao pombal. A grande diferença que se vê nas horas de chegada é um exemplo disso, para além de que, há muitos pombos que se perdem no percurso. Sou contra a forma como estas provas estão organizadas e acho que deviam ser alteradas. Nós para arranjarmos uma colónia de fundo demorámos 4 ou 5 anos e depois acabamos por perdê-la num ano, se for preciso numa só prova.
Que alternativas sugere?
MG-Não haver uma solta conjunta para todo o país e, talvez, por exemplo, haver 3 ou 4 zonas diferentes e fazer 3 ou 4 soltas divididas por distritos. Este ano vão dar prémios por Distrito, o que é melhor em relação a 2016 mas, ainda assim, o maior problema está no facto de saírem 40.000, 50.000 ou mais pombos-correio ao mesmo tempo. Por exemplo, se a nossa equipa, aqui da Marinha Grande, tiver 2 ou 3 “atletas” que são arrastados por um bando da ACD Faro, nós não temos hipóteses nenhumas de fazer bons resultados e podemos, inclusive, perder bons “atletas”. Tenho pombos-correio há 42 anos e acho que com este tipo de provas só estamos a criar dificuldades aos “atletas”.
Todas as classificações provisórias podem ser consultadas em – Classificações Provisórias – ValênciaI-20 de maio.
A FPC vai continuar a divulgar reportagens com os primeiros classificados, ainda provisórios, de cada Associação Distrital de Columbofilia. Fique atento ao nosso blog-Press FPC e ao Site FPC.