Vencedores de 2017 da ACD Braga foram condecorados na cidade de Fafe

A “sala de visitas do Minho”, forma como é popularmente conhecida a cidade de Fafe, voltou a centrar as atenções dos columbófilos no distrito de Braga. Depois de em janeiro ter acolhido a 44.ª Exposição Nacional e Pré Olímpica de Columbofilia, o município recebeu, no passado sábado, dia 16 de setembro, a gala de entrega de prémios, relativa à campanha desportiva de 2017, da Associação Columbófila do Distrito de Braga (ACD Braga) .

A receção aos convidados foi feita no Teatro Cinema de Fafe, local onde foram dinamizadas diversas atividades de cariz cultural e onde decorreu a cerimónia de entrega de prémios. O jantar de gala decorreu no restaurante Casa do Gandião, também em terras fafenses. O Cartaz- GALA ACD BRAGA 2017.

Veja um vídeo com os diversos momentos do dia, produzido pela Escola Profissional de Fafe, parceiro oficial da organização da gala.

Algumas fotografias do dia.

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O evento contou com diversos momentos culturais.

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Um dos “pontos” altos foi a declamação de um poema, a cargo da professora Leonor Castro. O trabalho da aluna Francisca Valente, do 11º ano da Escola Secundária de Fafe, foi escrito para a 44ª Exposição Nacional e Pré-Olímpica de Columbofilia, numa altura em que a estudante estava no 10º ano. A entrevista com a professora responsável pode ser lida a seguir ou Gala ACD Braga 2017- Entrevista Leonor Castro.

Ação cultural relacionada com o Concurso de Escrita.

Professora responsável Leonor Castro

1-O que foi dinamizado durante a gala do passado sábado?

Leonor Castro (LC) – No passado sábado, 16 de setembro, procurei fazer uma breve contextualização do poema que iria ser declamado por mim, uma vez que a sua autora, a aluna Francisca Valente, que frequenta agora o 11º ano da Escola Secundária de Fafe, não pôde estar presente. À semelhança de outros textos, o poema resultou de um Concurso de Escrita, uma das atividades desenvolvidas no âmbito da 44ª Exposição Nacional e Pré-Olímpica de Columbofilia.

2-Quantos alunos estiveram envolvidos no concurso de escrita que foi desenvolvido para a Exposição Nacional, que decorreu em Fafe, em janeiro?

LC –A atividade foi proposta a todos os Agrupamentos de Escolas de Fafe, visando alunos do 1º ao 12º ano de escolaridade.

3-Quantas escolas participaram?

LC – O desafio surgiu numa fase que não era favorável à adesão, ou seja, bem próximo do final do 1º período letivo, momento em que os professores, agentes fundamentais de divulgação e motivação, estão completamente absorvidos pelo trabalho inerente ao momento de avaliação, e os alunos estão já cansados e a pensar nas férias. Mesmo assim, registámos com agrado a participação de dois dos três Agrupamentos de Escolas de Fafe, nomeadamente o Agrupamento de Escolas Professor Carlos Teixeira e o Agrupamento de Escolas de Fafe (concretamente a escola secundária).

4-Em relação aos alunos que participaram, gostaram da iniciativa?

LC- Esse foi um dos aspetos mais gratificantes, perceber que, pese embora o anseio pelas férias, os alunos quiseram ainda pesquisar, recolher e trocar informações, dar asas à criatividade e escrever sobre o pombo-correio.

5- Que opiniões recebeu?

LC– Como professora, tenho consciência de que nem sempre as diversas atividades ou desafios conseguem motivar as crianças e jovens. As solicitações são tantas e tão diversificadas que não é fácil conseguir que tenham tempo e/ou vontade de escrever. Ora, colocá-los a escrever sobre o pombo-correio, de que muito pouco sabiam, poderia ter simplesmente passado ao lado dos seus interesses mas, felizmente, não foi isso que aconteceu. De imediato, as perguntas foram muitas, a curiosidade também! Daí até à admiração por essa ave tão simpática foi um pequeno passo, ou um breve voo, que será mais adequado! Com as pesquisas que iam fazendo, os alunos mostravam-se admirados, rendidos à história das capacidades e às diversas utilizações do pombo-correio.

6-Sente que a poesia pode ter ajudado a aproximar os alunos da columbofilia?

LC- Sim, neste caso, não só a poesia mas a escrita. Até porque o texto apresentado no sábado foi o único escrito em verso. Predominaram os textos narrativos, alguns de grande qualidade em termos de escrita e, acima de tudo, pela capacidade que os alunos demonstraram de fazer do pombo-correio personagem fundamental para o enredo. Surpreendeu-nos a capacidade dos alunos nesse sentido, quer nos textos que retratavam os tempos contemporâneos, quer naqueles em que procuraram recriar outros tempos, como a época medieval, por exemplo, ou mesmo cenários da Guerra Mundial.

Claro que, às vezes, a capacidade criativa permitia-lhes atribuir ainda mais “poderes e habilidades” ao pombo. Mas até aí era enternecedor perceber o lado algo místico com que encaravam e apresentavam a ave.

7- Este tipo de atividades é benéfica para a formação dos alunos?

LC-Claro que sim! Desde logo, por ter sido capaz de despertar o interesse de crianças, adolescentes e jovens; depois, e precisamente por causa desse interesse, a motivação para pesquisar e, sobretudo, escrever e produzir textos. Se somarmos a isto o facto de o estarem a fazer sobre o pombo-correio e tendo presente toda a história rica desta ave, bem como  a importância que assume hoje a columbofilia enquanto modalidade desportiva, podemos afirmar com orgulho que foi, de facto, uma pertinente,  interessante e bem conseguida atividade.

8- Que avaliação final faz ao Concurso de Escrita e à parceria com a ACD Braga?

LC- Por tudo o que referi, entendo ser mais que justo dizer que o balanço é extremamente positivo. Esta parceria é um excelente exemplo de como é possível estabelecer laços entre a escola e a comunidade. A ACD Braga e os proponentes desta iniciativa acabaram por proporcionar um momento educativo, cultural e lúdico. Foi um prazer colaborar! Confesso que também eu fiquei rendida ao pombo-correio! Na manhã do dia 6 de janeiro, quando estava prestes a arrancar a 44ª Exposição, também eu escrevia…

“Asas de gelo amanheceram os campos

E por mim seguiria a mensagem

Secreta

Terna

Doce

Mergulhada nos meus olhos

Escrita pelas minhas penas

Se um pombo fosse…”

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Participaram nesta ação os alunos do Agrupamento de Escolas Professor Carlos Teixeira e do Agrupamento de Escolas de Fafe. Mostramos-lhe o “poema – “O mensageiro alado” de Francisca Valente.

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Mais algumas imagens do dia.

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Um dos “anfitriões” do evento foi o presidente da direção da ACD Braga, José Luís Barros. A FPC entrevistou o responsável, que fez um balanço da campanha desportiva de 2017, falou sobre a gala de entrega de entrega de prémios e analisou o mandato que a atual direção bracarense está a terminar. A entrevista pode ser lida em seguida ou GALA ACD BRAGA – Entrevista José Luís Barros.

GALA ACD BRAGA 2017 – ENTREVISTA

Presidente ACD Braga-José Luís Barros

1- Que balanço faz da gala do passado sábado?

José Luís Barros (JLB) – O balanço é muito positivo. Mais uma vez foi visível a satisfação e uma justa vaidade dos columbófilos que subiram ao palco de um edifício magnífico, o Teatro Cinema de Fafe, para tomarem a sua posição no pódio, serem aplaudidos e ostentarem os seus merecidos prémios. É de salientar a excelente adesão por parte dos columbófilos e das respetivas famílias. Foi bonito ver a plateia cheia a aplaudir os premiados e, também, as participações culturais que contribuíram, muito, para engrandecer a Gala que encerra a campanha desportiva de 2017.

2- Numa estimativa, quantos columbófilos do distrito estiveram presentes?

JLB- Tivemos uma “boa casa”. Foram cerca de 20% dos amadores praticantes a marcarem presença na gala acompanhados das suas famílias, Tivemos também as presenças de amigos, da FPC, da ACD Aveiro, da ACD Porto e da ACD Viana. Na globalidade, na Gala no Teatro Cinema e no Jantar, estiveram cerca de duzentas e cinquenta pessoas.

3- No geral, enquanto presidente da ACD Braga, que análise faz à campanha desportiva de 2017?

JLB-A campanha de 2017 foi marcada por algumas decisões de ocasião, pondo à prova a responsabilidade e competência deste quadro diretivo. As medidas adotadas comprovaram ser adequadas,  fazendo desta época um ano com menos incidentes dignos de registo e uma baixa percentagem de perda pombos.

4-Ainda em relação à campanha de 2017. Qual é o aspeto mais positivo para a ACD Braga? E o mais negativo?

JLB- Falando de aspetos positivos ou negativos quero salientar, em primeiro lugar, a constatação de que 2017 foi mais uma campanha em que registámos um ligeiro aumento do número de columbófilos praticantes. Num segundo plano, sublinho a excelente relação de cooperação com as associações de Viana do Castelo, Porto e Aveiro, bem como com todo o quadro federativo. É de salientar também, o reforço de confiança e boa relação das coletividades, para com a atual Direção e Conselho Técnico da ACD Braga.

Em termos negativos não consigo registar nada de relevo para tal.

5- No passado sábado (16 de setembro) as atenções do distrito voltaram a estar centradas em Fafe. O dia foi dedicado à columbofilia, mas teve outros pontos altos. Pedia-lhe que nos falasse de alguns?

JLB-  É verdade. Para além do coroar dos campeões, tivemos na Gala quatro momentos culturais de elevado nível, que despertaram as atenções e enriqueceram o evento. Falamos da participação da Academia de Música José Atalaya, com um momento de Piano, Saxofone e Trompete, o grupo de cavaquinhos da Associação ARCO, a declamação de um poema e uma peça de teatro dramatizada pelo Grupo Nun’álvares, que divertiu bastante os presentes na sala.

Quero destacar também o momento em que foi proposto um minuto de silêncio em homenagem ao columbófilo, antigo diretor e presidente da ACD Braga, Sebastião Martins, que faleceu este ano. Todos os presentes participaram e terminaram a pequena homenagem com um forte e sentido aplauso.

6-A poesia “silenciou” o auditório. Concorda? Porquê?

JLB-Em toda a Gala foi notável a atenção e a envolvência dos presentes nas diversas atividades mas, após a introdução ao momento e ao excelente trabalho da jovem Francisca Valente, desta feita pela Prof. Leonor Castro acompanhada de som de fundo em piano, todo o auditório ouviu, na maior das atenções, uma declamação sublime de um poema em verso, com base no tema da 44ª Exposição Nacional, “À descoberta do pombo correio”.

Foi um momento literário mágico e profundo, marcado por um silêncio incrível, a contrastar com um forte e longo aplauso mais que merecido, de um trabalho de pesquisa sobre columbofilia, que resultou na composição e elevação em termos literários do nosso muito amado e querido “Pombo Correio”.

7-Que opiniões recolheu junto dos columbófilos e dos visitantes que participaram no evento?

JLB- Recebi as melhores opiniões que se podem esperar. Um pouco à imagem dos comentários referentes à organização da 44ª Exposição Nacional, também este evento foi alvo de uma avaliação muito positiva. Das mais variadas formas de expressão, foram ocorrendo felicitações pela constante inovação e elevação do evento, a um nível que agrada e enche de orgulho quem nele participa, com especial destaque os vencedores que são a razão da realização das Galas de entrega de prémios.

8-A encerrar o mandato, qual é o balanço da direção e, em particular, do seu, ainda, presidente?

JLB- O nosso balanço é marcado pela  satisfação e  pelos resultados conseguidos, ou seja, temos o sentimento de dever cumprido, que resulta de um projeto que teve início há sete anos atrás. O diálogo com os columbófilos do distrito de Braga foi ferramenta fundamental, para definirmos a estratégia pela qual nos guiámos.

Esta Direção deu continuidade ao projeto, pois os elementos que a compõem vêm da anterior. Acrescentou mais alguns desafios, reforçou o espírito de equipa e achamos que são visíveis os resultados. Quatro anos de calendário desportivo sem incidências dignas de registo, crescimento do número de columbófilos no distrito, maior número de participações nas Exposições Distritais, aumento da participação nas Galas de entrega de prémios e a realização da 44ª Exposição Nacional em Fafe, são pontos mais que suficientes para acharmos que foi um bom mandato, onde a columbofilia sai dignificada.

No meu caso, devo salientar a coesão, união e entreajuda da equipa que me acompanhou. Só assim, a remar num só sentido, foi possível fazer tanto. Devo relembrar que a ACD Braga não dispõe de funcionário na secretaria. Por tudo isto sinto que foi um excelente mandato, tenho um enorme orgulho de ter liderado esta grande equipa e reforçado ainda mais a amizade e a cumplicidade que nos une.

9 – Que mensagem gostaria de deixar aos columbófilos bracarenses? E aos columbófilos portugueses?

JLB – Para os columbófilos de Braga quero, em primeiro lugar, agradecer o apoio dado ao longo deste mandato, os convites que me endereçaram e a forma como fui recebido nos seus eventos. Em segundo, dizer que foi uma honra servir o meu distrito, acompanhado dos meus colegas de direção. Optámos por novos caminhos, estabelecendo relações e colaborações, com as várias entidades que nos apoiaram nos mais variados momentos. Contribuímos para uma maior visibilidade deste desporto e procurámos também recuperar praticantes. Por último, quero dizer que estarei sempre disponível para apoiar e ajudar, caso se justifique ou assim entendam.

Em relação aos columbófilos portugueses deixo uma palavra de incentivo, e faço também um pequeno alerta para a forma como tratamos os nossos diretores. É cada vez mais difícil, dado grau de exigência e a vida profissional de cada um, ter pessoas de boa vontade nas direções. Não os esgotem com ações negativas, pelo contrário, sejam compreensivos e colaborem nos projetos e nas mais variadas atividades.

Temos uma meta comum que passa por fazer crescer e dar maior visibilidade ao nosso desporto. A juntar a isto temos de “contagiar” e trazer novos praticantes para a columbofilia, isso é obrigação de cada um de nós. Os columbófilos nunca se podem esquecer de praticar a columbofilia com alegria, seriedade e responsabilidade. Desejo que a próxima campanha possa coroar o esforço despendido pelos columbófilos e que, no final, os vencedores sejam, justamente coroados. Deixo um grande abraço para todos, e um obrigado à columbofilia pelos amigos que fiz e farei dentro desta grande família.

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Na cerimónia marcaram presença, entre outros, o vice-presidente da Câmara Municipal de Fafe, Pompeu Martins, o presidente da FPC, José Luís Jacinto e o coordenador desportivo da FPC, Almerindo Mota. Veja os momentos do jantar de Gala.

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Todas as fotografias utilizadas foram cedidas pela Escola Profissional de Fafe. Com a gala, o município encerrou um ano em que esteve no centro das atenções dos columbófilos a nível nacional e internacional. As cerca de 250 pessoas que estiveram presentes saíram com a certeza de que foram bem recebidas nesta “sala” e o município de Braga voltou a mostrar credenciais na organização de grandes eventos.