Rui Gonçalves Almeida, teve o 1º pombo com a melhor média na prova nacional de Valência Del Cid, no distrito de Santarém, com o pombo nº 5450029/15.

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Rui Gonçalves Almeida, teve o 1º pombo com a melhor média na prova nacional de Valência Del Cid, no distrito de Santarém, com o pombo nº 5450029/15.

Como e quando é que decidiu entrar para o “mundo” da columbofilia?  

RA – Sou o Rui Gonçalves Almeida, tenho 25 anos, sou natural da Golegã e columbófilo desde 2006, altura em que assumi, sozinho, a condução da colónia de voadores de forma definitiva.

Nasci no meio dos pombos e naturalmente apanhei este vício, posso dizer que vivo para os pombos. Com o passar dos anos assumi com natural desejo a liderança da colónia, herança do meu pai Vítor Almeida, aos 12 anos, altura em que nos apareceu uma reprodutora fora de série datada de 1998, a famosa “Espanhola”. Ainda hoje, 80% da colónia assenta nesta pomba. Posso dizer que foi graças a ela que me dediquei aos pombos até aos dias de hoje, de forma a valorizar esta colónia de forma digna e consistente e, pelos resultados obtidos, parece que estou a conseguir. Apesar do tempo disponível não ser o suficiente, com pombos fora de série tudo se torna fácil.

Olhando para a solta do dia 2 de junho, o que pensa desta prova nacional de fundo de âmbito nacional organizada pela FPC? Que balanço faz?

RA – A nível organizativo o balanço que faço é positivo. A nível informático está a ser realizado um trabalho espectacular, nomeadamente a nível de classificações, logística e divulgação. Os meus sinceros parabéns!

A nível desportivo, esta prova nacional nos moldes que é organizada torna-se complicada de realizar por causa de arrastamentos e diferenças de km.

 Qual é a sensação de ter ganho o 1º distrital numa prova com esta dimensão?

RA – No momento da chegada do pombo ao pombal as sensações são espectaculares, depois comunicar o pombo e ver que estamos na frente da prova a nível distrital, tendo chegado primeiro do que os pombais mais próximos 20/30 km no distrito, ficamos com a sensação que vamos ganhar!

Só me apercebi da dimensão de ganhar uma prova com estas características quando o telemóvel não parou de tocar e nos dias seguintes a visibilidade nas redes sociais aumentou de forma considerável.

 Que tipo de preparação fez aos seus pombos para esta prova?

RA – Não existiu nenhum tipo de preparação especial para esta prova nacional, foi tudo igual ao que faço todas as semanas, levantar cedo, por volta das  6h00, voar os pombos uma vez ao dia, 35 minutos no inicio da semana e ir subindo o tempo de voo ao longo da semana. Alimentar de forma moderada e consistente e 10 minutos depois de comerem, a colónia é abeberada. Este é o ritual semanal da manhã aqui em casa. Depois, à tarde não treino os pombos e não existe hora certa para alimentar a colónia pois trabalho a alguma distância de casa.

Acha que a Federação Portuguesa de Columbofilia deve continuar a organizar as provas de fundo de âmbito nacional (soltas únicas e conjuntas) com partida em Valência?

RA – Bem é um tema muito controverso e tenho uma opinião bem formada sobre este assunto que muito dá que falar. Tenho a minha opinião pessoal e abstraindo-me dos cargos directivos que ocupo na colectividade e na associação, penso que as soltas únicas para todo o país são um espectáculo para o estrangeiro ver, para tirar umas fotografias. Mas, para nós columbófilos, estas provas nacionais assim realizadas tornam-se um assombro para as colónias. Os famosos arrastamentos, as perdas de pombos, chamadas de “cracks”, prejudicam a colónia e a performance deles, pois cerca de 85 % dos pombos soltos são arrastados e quando dão pelo desvio já estão a centenas de quilómetros de casa. Um pombo em linha “reta” voa 700 km, mas realizar mais 150/200 km para regressar a casa não se torna fácil no nosso panorama geográfico.

Penso que a solução para este problema seria realizar apenas uma única solta conjunta, no início de Maio, e deixar as associações prosseguirem os seus calendários, optando por outras linhas de voo.

Temos que pensar seriamente se for para continuar a dar visibilidade aos columbófilos. Realizar provas apelidadas de semi-nacionais ou semi-regionais, soltar por zonas Norte, Centro, Sul em locais diferentes com quilometragens semelhantes para todo o pais é uma solução para estudar no futuro! Não sou contra estas provas, mas acho que se deve melhorar para o bem de todos, quer para o columbófilo quer para o pombo. Deixo aqui apenas a minha modesta opinião.