A Federação Portuguesa de Columbofilia está focada em aumentar a realização de campeonatos de borrachos, com o objetivo não só de apoiar a dinamização de mais uma competição desportiva, mas também de criar condições para que Portugal esteja representado na próxima Olimpíada com uma equipa completa. Nesse sentido, tem vindo a apoiar as associações que realizam campeonatos de borrachos. A ACD Aveiro foi uma das apoiadas, em 2020. Em entrevista, Luís Silva, o seu presidente, conta-nos como foi a experiência.

Qual é na sua opinião a importância deste tipo de campeonatos?
Luís Silva, presidente ACD Aveiro – São diversos os fatores que nos levam a atribuir grande importância a este campeonato e deles destacamos dois: a necessidade de Portugal se apresentar com a sua equipa completa no principal evento columbófilo internacional – Olimpíadas – face às alterações regulamentares ocorridas no apuramento por países e a evolução nas condições proporcionadas aos columbófilos, com destaque para os que estão em iniciação, que assim passam a usufruir de uma competição especialmente vocacionada para o seu primeiro ano de contacto com as corridas de pombos.
2. Como correu o campeonato em Aveiro? Houve adesão? O que correu melhor e o que há a melhorar?
Tratando-se de uma competição inteiramente nova não esperávamos logo no arranque a adesão em força dos columbófilos. Atente-se que a maioria dos pombais da competição dita tradicional não está vocacionada para proporcionar aos jovens atletas as adequadas condições de preparação uma vez que estão adaptados às equipas que disputam o campeonato geral, e todos os recursos, incluindo o tempo disponível dos columbófilos, são sempre insuficientes. Ao fim e ao cabo, a preparação dos borrachos traduz-se em mais uma equipa que é necessário preparar para as corridas separada da outra ou das outras equipas existentes nos pombais. De qualquer forma, esta foi já a segunda edição deste campeonato, pois havíamos decidido avançar na pré-campanha de 2019 ainda antes da FPC ter anunciado a intenção de apoiar a organização do mesmo. Registámos em 2020 um aumento de participantes comparativamente a 2019, e isso constitui a situação que nos merece destaque pela positiva. Pensamos que o sucesso deste campeonato depende da insistência da estrutura na sua consolidação enquanto projecto alternativo de competição, sendo para nós evidente que em conjunto com o campeonato de yearlings, ou seja, a competição para pombos com anilha do ano anterior, reúnem as condições ideais para o processo de iniciação/aprendizagem de todo e qualquer columbófilo.

Registámos em 2020 um aumento de participantes comparativamente a 2019, e isso constitui a situação que nos merece destaque pela positiva
3. Como vê a iniciativa da FPC de apoiar as associações que realizem campeonatos de borrachos com uma quantia monetária?
A organização do campeonato de borrachos implica incorrer em gastos associados à logística. Participando no seu custeio a FPC permite às associações a oferta de um produto que os potenciais interessados irão considerar mais atrativo. A partir daí serão os próprios columbófilos que assegurarão o aumento do número de participantes, a quantidade gerará o aumento da qualidade, e no final, para além da satisfação dos columbófilos proporcionada por mais uma forma de ir às corridas de pombos, a própria FPC terá condições de apresentar uma equipa ainda mais forte nas futuras Olimpíadas.

4. O que tem a dizer a associações que ainda não realizem campeonatos de borrachos? Incentiva-as? Porquê?
Já nos referimos às vantagens deste tipo de competição. Não podemos esquecer que as dificuldades associadas à logística na organização do campeonato de borrachos serão sentidas de modo diferente de distrital para distrital, mas entendemos que o esforço será compensado no futuro.
5. Quer deixar alguma sugestão para que a FPC possa incentivar mais os columbófilos de modo a aumentar o número de participantes?
Antes de sugerir o que quer que seja, compete-nos parabenizar a FPC pela iniciativa de apoiar os campeonatos de borrachos. No futuro a FPC poderá vir a avaliar o que está a ser feito localmente, quais os esforços que estão a ser desenvolvidos no terreno, e talvez incrementar os apoios em função dessa realidade.